Hoje recebi a notícia da morte de um amigo.
Nós nem tínhamos um relacionamento assim muito íntimo, nos encontrávamos poucas vezes, esporadicamente, porém eram sempre momentos muito intensos, de muita emoção e alegria. Uma amizade, que foi construída aos poucos, onde a confiança foi sendo conquistada passo a passo e com pouco diálogo.
Ele morava em Javari, onde cresceu, viveu e ali mesmo foi enterrado.
Sim, um grande amigo que consegui salvar por 2 vezes.
Um amigo que nunca me agradeceu por tudo que fiz a ele, nem um muito obrigado, mas tudo bem, nunca fiz nada esperando um agradecimento ou algo em troca.
Ele foi internado 2 vezes e quase o perdi prematuramente. Eu me sentia um sentinela da sua vida, um verdadeiro anjo da guarda e me orgulho por isso.
A imagem da volta pra casa ficou na minha mente até hoje, a felicidade de reencontrar o seu canto e a sua casa não tem preço.
Seu nome, Orelha, um vira-latão enorme, lindo e carinhoso, um mestiço de sharpei que foi jogado por algum humano quando ainda era filhote, ali no mesmo lugar onde morreu. Ele sofreu muito, mas teve uma vida linda e livre até hoje. Desta vez, infelizmente não tive tempo de salvá-lo.
Com certeza está em algum lugar muito especial, um lugar onde muitos humanos não merecem nem passar na porta.
Obrigado amigo, muito obrigado, tenho certeza que o cruzamento de nossas vidas não foi em vão, aprendi muito com você.
Miguel Pereira, 03/05/2011.
obs:história verídica recebida por email. Foi escrita por um morador de Miguel Pereira que está sempre ajudando a Ong Amigos de Francisco.
A fotografia serve somente para ilustrar o texto.Na foto quem aparece é a " Cotoco ",cadelinha de uma amiga. Não temos fotografias do " Orelha ". Ele ficará registrado para sempre na memória de quem o amou.